terça-feira, 20 de abril de 2010

Crescimento do comércio supera níveis pré-crise

O percentual das famílias brasileiras endividadas registrou queda de 5 pontos percentuais em abril, passando de 63% em março para 58% em abril. Mas, deste total, apenas 24,4% possuem contas ou dívidas em atraso, ante 27,3% registrados no mês passado. É o que mostra a Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor, divulgada hoje pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Apesar disto, a intenção de consumo das famílias, medida pelo ICF, continua alta: 130,4 pontos, numa escala de zero a 200.

“Este é um ano atípico para o comércio”, afirma o economista chefe da entidade, Carlos Thadeu de Freitas Gomes, explicando que o crescimento da atividade econômica está em patamares maiores do que estariam, caso não tivesse passado pela crise econômica. Segundo ele, nesta época do ano, a tendência seria a de aumento da inadimplência e queda no volume de vendas, e o que se verifica é justamente o oposto. “O comércio navega em velocidade de cruzeiro. O consumo deverá ser forte, por conta da demanda das famílias, e o cenário só mudará caso as taxas de juros subam demasiadamente”, diz.

Segundo a PEIC-Nacional, em abril, os indicadores de endividamento e de inadimplência estão em níveis inferiores aos registrados ao longo do primeiro trimestre deste ano. “O fator mais relevante na determinação desses resultados é a evolução bastante favorável do emprego e renda no primeiro trimestre de 2010, que propicia, sobretudo, uma menor inadimplência do consumidor”, afirma a economista Marianne Hanson. Segundo ela, o ligeiro aumento do percentual de famílias que não terão condições de pagar suas contas no próximo mês não altera as perspectivas favoráveis para inadimplência no primeiro semestre do ano.

Em abril, a intenção de consumo das famílias registrou um recuo médio de 2,1% ante o resultado de março. Cinco dos sete componentes do ICF tiveram retração, com destaque para “perspectivas profissionais” e “percepção favorável do momento para aquisição de bens duráveis”, ambos com queda de 4,9% perante o patamar de março. “Contribuíram para este resultado a alta de determinados preços e as discrepâncias nos mercados de trabalho regionais”, explica o economista Fábio Bentes. Apesar do resultado negativo, todos os componentes ainda se situam acima do patamar de indiferença, especialmente os itens referentes à satisfação com renda atual (141,3 pontos) e acesso a crédito (140,0 pontos).

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